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segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

NATAL


Alegria do Natal e Reino de Deus, oposto à hipocrisia do ódio e do terror.

Caríssimos Diocesanos. A graça e a Paz de Cristo reine, em Vossos corações!
O tempo do Advento, que abre o Ano Litúrgico de celebração do Mistério de Cristo, e prepara a festa do nascimento de Deus Menino, Vos ajude a viver e apreciar o Natal, desfigurado pelo paganismo, sem misericórdia e piedade, que fez da festa uma paródia cínica do evento e identidade de Jesus.
A Europa e o Mundo, sob a capa do bem-estar e prazer desenfreado, vivem uma crise de valores, a gerar ódio, guerra, terrorismo, hipocrisia e a suspeita e preconceito, contra tudo e contra todos, impedindo a terapia da paz, da alegria e da esperança e a fé num futuro digno da pessoa humana. 

1.- A Boa Nova do Natal é a grata e alegre notícia da Vinda do Filho de Deus, na carne, que nasceu da Virgem Santíssima, pelo poder do Espírito Santo, passou fazendo o bem, morreu e ressuscitou e há-de vir glorioso, como juiz. Mas, o que veio e virá glorioso, o que ressuscitou e foi entronizado, junto de Deus Pai, não se cansa de bater à porta do nosso coração, para entrar, nos moldar e fazer de nós o Seu Reino interior e santo, de verdade, justiça, amor e paz. É o encanto do Reino misterioso, que cresce invisível nos corações, como a semente no seio da terra. É o maravilho Reino de santidade de vida, de justiça, amor e paz, que Jesus inaugurou e ensinou a pedir: “venha a nós o Vosso Reino”. É um Reino diferente daqueles, que a cobiça do poder constrói. Nada tem a ver com ódio, violência e hipocrisia de quem apetece grandeza e utiliza meios injustos e atropelos, para a obter, com a tirania sobre os outros e práticas injustas, abomináveis e incompatíveis, com a vontade de Deus, sumo bem e suma verdade e beleza.

2.- Os acontecimentos recentes e o folhetim de guerras e violências, no mundo actual, denunciam, a “glória de mandar e a vã cobiça”, de que falou o nosso épico, Camões. Os perigos e ameaças do ódio, da cobiça, da guerra e da violência nunca deixam de nos molestar, porque, o mal espreita-nos, está à porta, como junto de Cain, que matou o irmão. O mundo actual está na encruzilhada de fazer ou não a opção pelos valores da dignidade da pessoa humana. Somos convidados a optar pelo bem, pela verdade, pela justiça, pela solidariedade, pela liberdade, pela paz e pela inauguração e aumento do Reino de Deus, fugindo à sedução do mal, à auto-referência e à tal “glória de mandar e vã cobiça”, que potencia a violência, o ódio, a auto-aniquilação, até ao contra-senso de oprimir, violentar e matar, em nome de Deus, sabendo muito bem que Ele é o amor e a misericórdia e é, por natureza, incompatível com o mal, a violência e a injustiça. A Encarnação e a Revelação do Filho de Deus o demonstram, com clareza. Deus mostrou a Sua omnipotência, despojando-se da Sua glória, sendo obediente até à morte, descendo, vivendo e morrendo, por nós. Deus mostra Sua Omnipotência, perdoando e sendo misericordioso. O Ano da Misericórdia, que inicia a 8 de Dezembro, nos conduza a Cristo que é a Porta, que nos introduz no conhecimento do mistério de Deus e que Ele nos dê a conhecer e a abraçar a vocação humana a que somos chamados, como construtores do Reino de Deus, na comunhão, respeito, amor e solidariedade. Somos pessoas com outras no mundo. Não há outra via se não a da solidariedade e respeito da liberdade e dignidade humana, “no diálogo, onde não há vencedores, nem vencidos, mas só exclusivamente enriquecidos”.

3.- O afluxo de tantas pessoas, que batem às portas da Europa, deve-nos fazer reflectir e levar a abrir o coração, a cultivar a misericórdia, o acolhimento e a compaixão e a ter atitudes de respeito, imitando a Deus misericordioso, que amou de tal modo o mundo, que lhe deu o Filho, que nos amou e ensinou a amar, proclamando bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia, se e na medida em que eles forem “misericordiosos como o Pai celeste é misericordioso”.
Evitemos preconceitos, crispações políticas e ideológicas, exclusões gratuitas e guerras e discórdias, baseadas na ignorância, na irresponsabilidade e na “glória de mandar e vã cobiça”, inconciliáveis, com Deus e com o crescimento e encanto do Reino. Cresçamos em compaixão e compreensão, apreciando rectamente as diferenças de cultura, raça e proveniência, vendo em cada ser humano o rosto de Deus.
Que Deus Menino Vos ensine, Vos proteja e ajude a colocar a vida ao serviço, a serdes misericordiosos, com todos, a ter um coração magnânimo, aberto, sem acepções de pessoas e sem constrangimentos, de forma a poderdes irradiar a paz e a alegria e a fazer deste mundo a comunhão dos homens entre si, na comunhão e implementação do Reino de Deus, como Ele o quer e deseja.
Com os melhores votos de santo e feliz Natal, na paz e harmonia, Vos saúda, com afecto, o Bispo que implora as Vossas orações e por Vós reza a Deus Menino, feito homem, que nasceu de Maria, passou fazendo o bem e morreu e ressuscitou por nós.

Vila Real, 23 de Novembro de 2015.

+ Amândio José Tomás, bispo de Vila Real  


Aos nossos Irmãos Escutas de todo o mundo, aos nossos Familiares e Amigos desejamos:

UM SANTO E FELIZ NATAL
UM ANO NOVO CARREGADO DE ALEGRIA

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