O NCVR entrevista o Assistente Nacional
“Vou onde for preciso para ajudar a
construir, cada vez mais e melhor, esta Fraternidade”
No âmbito do Dia do Pensamento
Escutista/Dia Mundial de B.P, o Núcleo Cidade de Vila Real desafiou o Padre
Joaquim da Nazaré Domingos, Assistente Nacional da Fraternidade de Nuno Álvares
(FNA), a liderar uma acção de reflexão e a presidir as segundas promessas do
núcleo. O desafio foi aceite e o momento ficará na nossa memória. No final da
actividade o Padre Nazaré deixou algumas palavras ao nosso blogue …
Qual a mensagem que trouxe neste Dia Mundial de BP?
A mensagem que trouxe, e que
procuro sempre levar comigo, é esta possibilidade que o escutismo tem de unir
as diferentes gerações e, acima de tudo, ajudar a construir aquilo que é, por
um lado, cristão, e que Baden-Powell incutiu muito bem, que é a fraternidade, essencial
para vivermos felizes, bem uns com os outros, e, de facto, o espírito, a grande
intuição que é do Evangelho, mas que também foi de B.P, e é por isso que a
nossa Associação, de escuteiros adultos, tem esse nome.
De facto temos tudo que é preciso
para podermos ajudar as pessoas a aprender a viver fraternamente. O escutismo
tem um potencial único para ajudar a construir, de verdade e com solidez, não só
a palavra, mas a atitude, a vivência, o fazer. Esses são os frutos da
verdadeira fraternidade, que tem que ser sempre humana e cristã.
Tudo isso me leva onde for
preciso, vou com gosto sempre que seja para ajudar a construir, cada vez mais e
melhor, esta Fraternidade, que B.P quis mundial, e que hoje o é de facto.
É importante dinamizar este tipo de actividades de partilha, de reflexão
da Fé não só individualmente, dentro dos Núcleos, mas também entre Núcleos e
mesmo com o CNE?
Obviamente que é muito
importante. Não é por acaso que no CNE os grupos de base se chamam Agrupamentos
mas na Fraternidade chamam-se Núcleos. Eles têm sentido quando se unem e se correlacionam.
É exatamente com esta rede de diferentes Núcleos que, com criar de laços, é
possível não só ajudar a descobrir o sentido da vida, mas, também, através dos valores
escutistas, difundir esta Fé, que tem uma dimensão transcende. O escutismo, não
o é sem os valores da Fé no sentido de acreditar no próximo no semelhante. O
Escuta é amigo de todos e irmão dos outros escutas e de facto os valores
confiança, amizade e fraternidade, são fundamentais para que construamos uma
sociedade melhor… Como Baden-Powell nos disse na sua última mensagem, cada um
de nós deve ter a preocupação de deixar o mundo um pouco melhor do que o
encontrou. Há vários factores que nos ajudam a ser felizes, mas o melhor meio
para sermos felizes é ajudarmos os outros a serem felizes, de uma forma
prática. Não somos abstractos não somos teóricos, somos concretos e é preciso
termos os meios e nos organizarmos para que construamos, de facto, a verdadeira
felicidade. O escutismo tem essa potencialidade e esta possibilidade.
No ano passado aceito o desafio de ser o Assistente Nacional da FNA.
Como está a ser essa caminhada?
Este processo teve duas etapas.
Enquanto era Assistente Nacional do CNE, uma vez que a Fraternidade não tinha
assistente nacional, quando era preciso, em momento cruciais, já dava apoio à
Fraternidade. Quando cessei funções no CNE, houve um período de tempo em que a Direcção Nacional me vinha desafiando a aceitar esta missão de ser assistente
nacional da Fraternidade. Por razões de ordem funcional dos meus cargos, na prática
as minhas funções de capelão militar, não me permitiam conciliar convenientemente
a vida para que pudesse aceitar este desafio, então, durante sucessivos anos,
fui ajudando e apoiando pontualmente a Fraternidade, sem realmente assumir
formalmente o cargo e a função de assistente nacional.
Há cerca de um ano mudei de
lugar, e as funções que já não me são pedidas na vida militar deixou-me algum
tempo, algum espaço, nomeadamente aos fins-de-semana, para eu poder, com
consciência e responsabilidade, aceitar um desafio destes. Eu entendo que não
basta ter o título e o nome, é preciso ter o tempo para dedicar, para
corresponder.
Então, finalmente reuniram-se as
condições em que a minha vida dita profissional de capelão militar permitiu que
eu também pudesse conciliar com os desafios que também são próprios da vida
desta associação. Se para além da vida militar fosse pároco era difícil ter
vindo para Vila Real durante o fim-de-semana...
Concluindo, espiritualmente e na vontade eu já me sentia próximo da
Fraternidade, até que se reuniram as condições práticas para eu poder assumir,
com consciência e responsabilidade, as funções, de modo formal, e melhor
acompanhar a Associação.
Obrigado, Padre Nazaré!
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